Please rewind when finished.

quinta-feira, 20 de maio de 2010



Um dia destes, belo ou feio, hei-de perguntar.

Porque é que não me explicaram que a vida é uma direcção irrevogável?

25 anos e um mundo de oportunidades perdidas. A sensação angustiante da inconsequência. E a certeza de que estou a ficar para trás. De quem ou de quê? Não sei. Apenas uma inexorável sensação de perda.

Todos os dias em busca de uma pequena fresta. Ou de uma outra perspectiva. Mantendo a postura e o silêncio convenientes a quem apenas deseja certezas, a certeza de que está tudo bem, a certeza de que tudo é possível, a certeza de que podemos tudo. Mas não está, não é tudo possível e no, fundo, podemos uma pequena parcela de tudo, tão ínfima e desprezível que não nos consola, só nos incomoda, porque é uma sugestão de algo maior.

Eis que me redescubro como Sísifo. Mas um Sísifo que pode voar, ou pode continuar a vergar-se, ou pode deixar-se esmagar. E mastiga essas possibilidades.

Acordo com 75 anos e descubro que nada fiz, supondo a minha vida vivida em piloto automático.

E é uma merda.

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