"O inferno não existe. Os campos de concentração existiram."

domingo, 21 de fevereiro de 2010



Ele pousa o olhar num espelho. Estaca. As lágrimas correm-lhe pelo rosto, fazem-lhe um sulco límpido na cara marcada por um estertor. Sente-se renascido, mas a reencarnação não é desejada. As lágrimas limpam o rosto, mas a peçonha ficou. A peçonha do terror inexplicado.

Ele chora. E ficamos a olhar para ele, admirando-nos: ele ainda é capaz de chorar?

Se eu tivesse estado em Auschwitz, nunca mais choraria.

"Já morri uma vez", diz Gyurka. "O que queres dizer? Estás estranho. Mudaste", diz-lhe alguém.

Roberto Benigni está para Lajos Koltai como os Morangos com Açúcar para The Wire. Existem no mesmo meio, mas não mesma dimensão.

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